3 ERROS FATAIS NUMA REDAÇÃO DO CEBRASPE
Olá, concurseiro e concurseira de todo o Brasil!!! Hoje eu vou comentar os 3 erros fatais numa prova de redação do Cebraspe. Mas, antes, vamos contextualizar o assunto, para você entender bem o que está acontecendo, ok?
Panorama das Provas
Nos últimos anos, a prova discursiva tem sido muito recorrente em provas de concursos e muitos candidatos tremem quando descobrem que em seu concurso vai ter a famigerada redação. Existem bancas que se destacam mais que outras em relação ao uso desse tipo de prova, como também existem concursos em que a prova de redação já é tradicional. Mas, diante da possibilidade de seu concurso ser organizado pelo Cebraspe, meu caro estudante, como evitar 3 erros fatais que muitos candidatos cometem e entrar para o número de vítimas do Cebraspe?
Modelos de Provas Discursivas do Cebraspe
Meus nobres concurseiros, convém lembrar que o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe) é responsável pelo planejamento, pela elaboração, aplicação e correção de provas objetivas e dissertativas, além de outros tipos de exames necessários ao provimento de cargos públicos (provas práticas, testes físicos e psicológicos).
Além disso, suas provas discursivas se caracterizam pela excelente linha estrutural construída ao longo de anos de experiência na elaboração de provas de redação e têm se apresentado de duas formas peculiares: a primeira ocorre com textos de apoio, tema e subtemas e a segunda se dá com textos de apoio e tema apenas. (Leia o artigo A Dissertação nas Provas do Cebraspe)
Provas de Redação com Temas e Subtemas
Esse é o modelo de prova mais comum e mais característico do Cebraspe. Ocorre em 8 de cada 10 provas organizadas pela instituição, quando há prova de redação. É exatamente neste modelo de prova em que os candidatos mais cometem erros fatais. A partir de agora, você vai descobrir que erros são estes e como evitá-los. Vamos lá?!
Primeiro Erro: não citar no texto as palavras-chave que aparecem no tema
Todo tema dado pelo Cebraspe traz em sua estrutura frasal uma (ou mais de uma) palavra-chave. “E o que é uma palavra-chave, Adeildo?”, você vai me perguntar. E eu lhe respondo que uma palavra-chave é um termo delimitador do tema, uma palavra ou expressão que diz o assunto ou aspecto do assunto que você deve abordar em sua redação.
Por exemplo, na prova de Soldado Combatente do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas, o Cebraspe apresentou como tema A INTOLERÂNCIA NAS RELAÇÕES SOCIAIS CONTEMPORÂNEAS: A CULTURA DO ÓDIO. Nesse tema, “intolerância” é uma palavra-chave e “relações sociais contemporâneas” e “cultura do ódio” são duas expressões-chave.
Caso essa palavra e as expressões não apareçam inseridas na redação, evidenciando a abordagem do tema, meu caro concurseiro e concurseira, teremos o primeiro erro fatal.
Segundo Erro: não abordar literalmente os subtemas
Como eu já disse antes, o Cebraspe apresenta um tipo de prova discursiva que, além do tema, apresenta subtemas. Quando isso ocorre, mau amigo, você tem que abordá-los literalmente na redação e, preferencialmente, na ordem em que foram solicitados e, obrigatoriamente, cada um em um parágrafo. Sabe por quê? Porque cada subtema deve ser tratado como uma ideia central e, se você não sabia, um parágrafo tem apenas uma ideia central. As demais ideias nele contidas são ideias secundárias.
Ideias secundárias ampliam e/ou justificam e/ou ilustram a ideia central.
Por exemplo, no concurso do DEPEN de 2015, o Cebraspe apresentou para a prova discursiva de nível superior o seguinte tema: “SEGURANÇA PÚBLICA: DEVER DO ESTADO, DIREITO E RESPONSABILIDADE DE TODOS”. Além da abordagem obrigatória das palavras-chave, nessa redação o candidato foi orientado a abordar subtemas. Veja como a proposta foi apresentada:
Ao elaborar seu texto, faça o que se pede a seguir.
- Dê exemplos de políticas públicas para reduzir a violência e a insegurança.
- Discorra a respeito do debate atual sobre reduzir ou não a maioridade penal.
- Comente a respeito do sistema prisional brasileiro e da reincidência criminal.
Então, meus caros concurseiros, o primeiro subtema traz uma palavra-chave “políticas públicas” e uma finalidade explícita “para reduzir a violência e a insegurança”. O segundo tópico pede que o candidato demonstre seu repertório informativo sobre o subtema “debate atual sobre reduzir ou não a maioridade penal” e o terceiro tópico pede que o candidato aborde os subtema “sistema prisional brasileiro” e “reincidência criminal”.
Seria, pois, um erro fatal não abordar todos os subtemas propostos. E, como já disse, em parágrafos distintos e, preferencialmente, na ordem em que foram sugeridos.
Terceiro Erro: não escrever o número total de linhas
Você sabe como é calculada a nota da prova discursiva pelo Cebraspe? Sabe o que a banca leva em consideração para gerar a nota final? Você sabe o quanto o número de linhas influencia nisso? Então vamos lá…
A nota da prova discursiva (NPD) é calculada pela seguinte fórmula: NPD = NC – 4 x NE ÷ TL. Entenda que NC é a nota de conteúdo, NE é o número de erros e TL é o total de linhas. Então, se vocês perceberam, quanto maior o número de linhas, menor será o valor resultante que será subtraído da nota de conteúdo.
Por exemplo, vamos simular duas situações: um candidato A teve NC igual a 15, cometeu 15 erros ao longo da redação e escreveu 30 linhas. Ao jogarmos os números na fórmula, temos: NPD = 15 – 4 x 15 ÷ 30. O resultado será NPD = 13. Um candidato B também teve NC igual a 15, também cometeu 15 erros, mas escreveu 18 linhas. Jogando os números na fórmula, temos: NPD = 15 – 4 x 15 ÷ 18. O resultado: NPD = 11,66.
Parece pouca a diferença, não é? Mas… quando você está competindo com outros candidatos pela mesma vaga, qualquer pontuação a menos faz uma falta imensa. Basta lembrar a pontuação da Prova Discursiva do cargo de ESPECIALISTA EM ASSISTÊNCIA PENITENCIÁRIA – ÁREA: ENFERMAGEM no concurso do DEPEN 2015: 10 candidatos tiveram nota 72,00; 10 tiveram nota 70,00; 7 tiveram nota 74; 7 tiveram nota 76. Só para ilustrar. Com certeza, cometer esses 3 erros fatais fará muita diferença na construção da nota, hein?!
Considerações finais…
Então, meus caros concurseiros… a que conclusões vocês chegam???? Eu acredito que, quando a gente se prepara para um concurso sabendo como é que a banca age na construção das provas, como é a sua linha de trabalho, como ela corrige as provas discursivas e como a noda é dada, fica menos difícil a preparação correta e adequada. E erros fatais se tornam cada vez mais raros. Por tudo isso, fiquem ligados nestas e em outras observações sobre o Cebraspe.
Um forte abraço e até o próximo artigo.